Fatal Frame: Maiden of Black Water continua aterrorizando após 10 anos

Fatal Frame é uma daquelas franquias que realmente deixa uma marca, principalmente quando se trata de jogos de terror. Para mim, é a série mais assustadora que já joguei, e isso se deve a um fator muito simples: a mecânica da câmera obscura. Hoje, celebramos o décimo aniversário do lançamento de Fatal Frame: Maiden of Black Water nos EUA, e não posso deixar de refletir sobre o que torna esse jogo tão especial.

Ao jogar, você se vê enfrentando seus medos, como se estivesse entrando em um lugar gelado e assustador, pronto para tirar fotos de espíritos perturbadores. Essa ideia de encarar o que mais teme é uma verdadeira montanha-russa emocional. Muitas vezes, meu instinto é de fugir, mas a proposta do jogo é me fazer avançar. Essa tensão é algo que me pega toda vez.

Minha experiência com a série começou tarde. A primeira vez que joguei foi através de uma tradução feita por fãs do Fatal Frame 4: Mask of the Lunar Eclipse. Antes de jogar, já tinha ouvido críticas e formado opiniões — algo que, convenhamos, não é a melhor maneira de abordar um jogo. Mas, ao pegar o controle do Wii, fui surpreendido. A clumsy interface e os controles meio desajeitados acabaram se tornando parte do charme do jogo. Assim como no primeiro Resident Evil, a lentidão dos movimentos e das ações cria uma atmosfera de tensão que só aumenta o medo.

Quando Maiden of Black Water foi lançado em 2015, estava bastante animado, pois seria minha primeira experiência completamente traduzida da série. E posso dizer que não decepcionou. O jogo manteve suas características originais, mesmo com a versão remasterizada de 2021, que trouxe algumas melhorias, mas ainda preservou aquele sentimento peculiar de “clunky”. Isso é uma escolha de design, e, para mim, isso faz parte do que o torna único.

A história de Maiden of Black Water é sombria e se desenrola através de três protagonistas, cada um com suas próprias razões para se aventurar na sinistra montanha Hikami. O ambiente é repleto de histórias de suicídio e almas perdidas, envolto em uma névoa densa que, para quem gosta desse clima, é pura satisfação. O jogo traz uma vibe de Ringu, com enredos pesados que não hesitam em abordar temas delicados.

Uma das adições interessantes é a mecânica da água, que exige que você se mantenha seco para evitar uma maldição. Essa combinação de um ambiente opressivo e a necessidade de explorar com uma câmera que é lenta e um pouco complicada de usar cria uma experiência de medo bem intensa. Com a câmera obscura, você deve capturar espíritos horríveis que são, sem dúvida, um dos pontos altos do jogo. Os designs dos fantasmas são inspirados no terror japonês tradicional, e você precisará se manter firme e pronto para fotografá-los.

Atualmente, estou mais ansioso do que nunca por mais jogos da série. Preciso daquela mistura peculiar de desajeitamento, lugares mal-assombrados e designs de fantasmas que realmente dão medo. A versão de 2021 trouxe uma atualização interessante, e a campanha de 13 horas é perfeita para quem quer jogar um pouco e voltar depois. Com o Halloween se aproximando, Fatal Frame: Maiden of Black Water é uma excelente escolha — só não esqueça de ter uma roupa extra à mão.

Se você já jogou, que tal compartilhar qual é o seu favorito na série Fatal Frame?