Dragon Ball: análise de Sparking! Zero para Switch 2

Quando Dragon Ball Sparking! Zero foi lançado no ano passado para plataformas que não são da Nintendo, fiquei surpreso com quanto tempo havia passado desde a última vez que joguei um título dessa série. Lembro que era adolescente e ainda estava na escola! Agora, com a chegada do Nintendo Switch 2, vários jogos estão sendo adaptados para esse novo console, incluindo Sparking Zero. E posso dizer que o Switch 2 é uma ótima opção para jogar esse game cheio de ação, embora tenha alguns problemas de desempenho que vale a pena considerar.

Para começar, Sparking Zero é visualmente muito bonito no Switch 2. O estilo de arte é charmoso e fiel, e as cores explodem na tela. É fácil notar que os gráficos estão melhores em modo docked (conectado à TV). No modo portátil, algumas imperfeições nos modelos dos personagens ficam mais evidentes, mas a jogabilidade dinâmica ajuda a disfarçar essas falhas visuais. Quando você está mergulhado na ação, acaba percebendo menos as bordas irregulares. Vale mencionar também que a versão para Switch 2 roda a 30fps, o que pode ser decepcionante se comparado a outros consoles, mas é compreensível para garantir uma experiência estável no modo portátil.

A câmera do jogo é outro destaque, tornando a jogabilidade ainda mais cinematográfica. Ao executar ataques especiais, como o Burning Attack do Trunks, a câmera se aproxima, muitas vezes em ângulos que lembram as cenas do anime. Isso traz uma sensação de autenticidade. Além disso, a dublagem dos personagens remete ao que lembramos da série, o que aumenta ainda mais a nostalgia.

Um dos maiores atrativos de Sparking Zero é seu incrível elenco. São mais de 180 personagens, abrangendo todos os cantos do universo Dragon Ball, incluindo os filmes não-canônicos. Se você começou a acompanhar a série com o Dragon Ball original ou com Dragon Ball Super, com certeza encontrará seu favorito. É curioso notar que existem 19 versões diferentes do Goku, cada uma com um conjunto de movimentos que refletem sua trajetória no anime. Apesar da repetição, cada versão traz uma jogabilidade única, o que evita que as lutas se tornem monótonas.

Para acomodar esse imenso elenco, todos os personagens usam os mesmos controles para se mover, voar e carregar seu ki. No entanto, há algumas particularidades. Por exemplo, androides como a Android 18 não podem carregar ki, mas ele aumenta automaticamente durante a batalha. Personagens gigantes, como o Great Ape Baby, não podem ser agarrados. Essas diferenças ajudam a tornar cada personagem mais distinto, mesmo com controles universais.

O modo principal de jogo é o Episódio Batalhas, que percorre a história de Dragon Ball. Em vez de recontar todas as batalhas, há oito personagens jogáveis com caminhos diferentes que oferecem uma versão mais condensada da história. Cada caminho foca em momentos icônicos, como a famosa luta do Goku Super Saiyajin contra o Frieza em seu poder total no Planeta Namek. Embora jogar com oito personagens diferentes possa ser cansativo, as Episódio Batalhas fazem um bom trabalho ao cobrir os maiores embates da série.

O que torna as Episódio Batalhas interessantes são as narrativas alternativas. Por exemplo, na saga Cell, enquanto Goku e Gohan aguardam Trunks e Vegeta, você pode escolher fazer o Goku lutar contra o Cell. Se ele vencer, isso impede os Jogos de Cell de acontecerem, e o Goku vive feliz com os androides. Esse tipo de escolha não está presente em todos os pontos-chave da história, o que mantém a novidade. Fiquei sempre animado quando essas opções surgiam na tela.

Outra forma de desbloquear eventos alternativos é cumprindo condições ocultas em batalhas específicas. Por exemplo, na história do Vegeta, se você derrotar Trunks na Sala do Tempo, desbloqueia um caminho onde pai e filho conseguem vencer o Cell Perfeito. Esses momentos são surpresas agradáveis, mas o jogo não informa quais são essas condições, o que pode ser frustrante. No entanto, como levou um tempo para o jogo chegar ao Switch e Switch 2, você pode facilmente encontrar essas informações online.

Infelizmente, o desempenho do Switch 2 apresenta algumas falhas. Durante as cenas em estilo de quadrinhos, há atrasos ao mudar de painel, especialmente ao entrar em uma batalha. Isso não é um grande problema uma vez que o combate em si ocorre de forma quase perfeita, o que é o mais importante. No modo portátil e no docked, essa performance se mantém boa.

Os menus, no entanto, têm problemas. Ao navegar pelas opções, como Batalhas de Episódio ou a Loja, o jogo tende a travar. Durante as lutas, você ganha uma moeda chamada Zeni, que pode ser usada para desbloquear novos personagens e trajes. Fiquei feliz ao perceber que a progressão em ganhar Zeni era equilibrada e natural, e não senti que o jogo tentava me forçar a comprar microtransações.

Sparking Zero também traz um modo de batalha personalizado, onde você pode criar batalhas como se estivesse vivendo uma fantasia de Dragon Ball. Existe a opção de adicionar diálogos para dar um toque narrativo às suas criações, mas, no geral, esse modo parece um pouco secundário e não me prendeu tanto quanto as Batalhas de Episódio.

Por outro lado, o sistema de batalha online é muito sólido. A performance é praticamente perfeita, e não enfrentei quedas de conexão durante as partidas. O jogo também equilibra bem as lutas online. Você e seu oponente têm 15 DP, e cada personagem custa uma certa quantidade. Embora seja possível ter até cinco personagens no time, os mais poderosos, como o Vegito Blue, custam 10 DP, o que limita as opções de composição do time.

Além disso, muitos personagens podem se transformar durante a luta. Por exemplo, você pode escolher o Goku em sua forma base, que custa 5 DP, e eventualmente transformá-lo em Super Saiyajin 3, tornando-o mais poderoso ao longo da batalha. Essa estratégia evita que tanto você quanto seu oponente entrem em combate com personagens extremamente fortes desde o início, exigindo um planejamento maior na formação da equipe. Se o seu Vegito Blue for derrotado, o restante do seu time pode não ter a mesma força para compensar.