Análise de Glory Hunters para Game Boy

Glory Hunters, o novo jogo que chegou ao Nintendo Switch, traz uma proposta bem interessante para os fãs de RPGs. Desenvolvido pelo estúdio mexicano 2think, esse título chamou a atenção desde sua campanha de financiamento coletivo no Kickstarter em 2022, onde superou as expectativas. Agora, com uma versão que inclui arte e esboços, um mapa do mundo marcável e uma trilha sonora ao vivo, ele promete oferecer uma experiência única.

A história começa em um mundo chamado Glorianta, onde somos apresentados a um grande corpo celeste prestes a colidir com a terra. A narrativa é envolvente e nos convida a assumir o papel de um herói que deve despertar um Deus adormecido para evitar o desastre. As comparações com The Legend of Zelda surgem logo de cara, mas Glory Hunters logo se destaca por suas mecânicas próprias.

Assim que começamos a jogar, já nos deparamos com uma espada em mãos, mas sem inimigos à vista. O cenário inicial é tranquilo, com algumas plantas para cortar e um NPC amigável que nos introduz ao sistema de “Glory Points” (GP). Esses pontos são conquistados ao realizar “feitos gloriosos”, e servem para abrir novas áreas do mapa. É uma mistura de evolução de personagem e sistema de moeda que nos empolga a explorar.

A jogabilidade é simples, mas gratificante. Cortamos arbustos e coletamos itens, e o jogo nos recompensa com conquistas a cada nova descoberta. Essa mecânica de aprendizado por tentativa e erro é quase rara nos jogos modernos, mas Glory Hunters faz isso de forma magistral, incentivando a exploração e a repetição. E, com uma vasta área de 17×19 quadrados, o mapa é muito maior do que muitas aventuras que já conhecemos.

Visualmente, o jogo é um deleite. Cada área tem sua identidade, e a trilha sonora combina perfeitamente com a atmosfera. As músicas são cativantes, fazendo com que você tenha vontade de cantar junto enquanto explora. Além disso, há minijogos divertidos espalhados pelo mapa, que oferecem a chance de ganhar mais GPs.

Por outro lado, a navegação pelo mundo pode ser um pouco desafiadora, já que o mapa só pode ser acessado em algumas cidades. Isso pode causar certa confusão, principalmente em um mundo tão expansivo. Outro ponto a ser considerado é que salvar e restaurar a saúde só é possível em locais específicos, o que pode ser frustrante, especialmente se você morrer após coletar muitos pontos.

Se você já se viu cortando arbustos e retornando a um ponto de salvamento, sabe como isso pode ser cansativo. Embora o jogo tenha um bom equilíbrio entre os GPs ganhos e necessários, a incerteza sobre como gastar esses pontos adiciona uma camada de estratégia que pode ser um pouco estressante.

Apesar de alguns erros de tradução e pequenos problemas de design, Glory Hunters é um jogo que reflete o carinho dos desenvolvedores. Ele captura a nostalgia das aventuras do Game Boy enquanto traz algo novo e interessante para os jogadores. No final das contas, é uma prova de que ainda há muito a ser explorado nesse universo encantador.