Análise: controle PB Tails Crush 550 TMR para Switch 1 e 2

Recentemente, um controle chamado Metal Crush Defender TMR da PB Tails chamou minha atenção. Ele tem um design inspirado no Fallout, com um amarelo desgastado e sticks cromados que brilhavam. Eu, particularmente, não sou fã de efeitos “relicário” em acessórios, mas esse parecia diferente. Em meio a tantos equipamentos gamer vibrantes que costumam gritar por atenção, esse controle se destacou pela sua estética mais sóbria e sofisticada. Por outro lado, sua configuração de botões estava mais voltada para os usuários do Xbox, o que não ajudava quem é fã do Switch.

Fast forward alguns meses, e agora temos um novo modelo com a disposição clássica dos botões da Nintendo. Com preço de cerca de R$ 400, esse controle mantém a essência do Crush, mas traz uma homenagem ao 70º aniversário do Porsche 550 Spyder. Embora não tenha um licenciamento oficial, o acabamento é realmente bonito, especialmente se você gosta desse estilo. A faixa de luz vermelha na borda inferior (que você pode mudar de cor, já já falo sobre isso) lembra um farol, enquanto os detalhes e adesivos na parte frontal, além da pintura prateada e o visual de grade e placa de número, conferem um ar de memorabilia retro de qualidade. Os detalhes em bordô no D-pad e nos botões de ombro também ajudam a compor essa estética clássica.

O time do Nintendando tem opiniões divididas sobre o controle — é preciso ter um apreço especial por carros clássicos ou design retro para realmente apreciá-lo. Pessoalmente, eu adorei o visual e a sensação que ele proporciona. Embora não seja o controle ideal para todo tipo de jogo, o acabamento e os detalhes cromados trazem uma sensação de luxo que me deixam animado. Quando estou usando, sinto que deveria estar jogando com luvas de couro (e, quem sabe, até usei!).

Nas mãos, seja com luvas ou não, o Crush tem uma pegada que lembra um controle de Xbox 360, mas é mais pesado e brilhante. O metal dos sticks é apenas o começo; o brilho do corpo pode ser um problema se você tende a suar nas mãos durante os jogos. Ao retirar o controle da caixa, minha primeira preocupação foram as marcas de dedos, mas para minha surpresa, não tive problemas nesse sentido. Achei que precisaria de um pano de microfibra após cada sessão, mas ele ficou tranquilo ao lado da minha TV por algumas semanas, mesmo com a poeira e minhas mãos grudentas.

O controle vem com um cabo USB-A para C para carregar, que promete uma autonomia de 30 horas (o que parece ser realista, dependendo da intensidade da luz que você escolher), além de um dongle para conexão sem fio 2.4G e sticks de plástico/rubber, caso você queira trocar os de liga de zinco. Se você curte jogos online ou quer ser competitivo em Fortnite, é uma boa ideia trocar as capas dos sticks, pois a experiência de trocar de canal em Blippo+ foi ótima, mas em uma troca de tiros em Springfield, a falta de aderência do metal pode fazer a diferença.

Os sticks são do tipo TMR, que são eficientes em termos de energia e oferecem bom desempenho. Obviamente, só poderemos avaliar a durabilidade deles com o tempo, mas a sensação é de que eles são robustos e responsivos. Para trocar os sticks, é necessário remover a face magnética, o que pode ser um pouco complicado se você não tiver unhas boas, mas com um pouco de paciência, dá para fazer.

A PB Tails também vende outras capas, embora eu ache meio esquisito comprar um controle lindo desses e depois colocar uma capa laranja transparente. Vale lembrar que a espuma do estojo só comporta os sticks de plástico, então você terá que guardar os de metal em outro lugar. Tirar os cromados parece quase um sacrilégio, como colocar rodas baratas em um carro vintage.

O controle funciona bem, com controles giroscópicos e uma vibração muito boa (a sensação de ligar no console é como o rugido de um motor). Os gatilhos analógicos têm uma resposta bem agradável. O D-pad se saiu bem nas jogatinas de clássicos do NSO, e o controle como um todo tem um peso que transmite uma sensação de premium. Até a iluminação RGB é bem sofisticada. Você pode segurar o botão ‘T’ (turbo) e mover o stick esquerdo para escolher a cor da faixa de luz, enquanto o direito muda a aparência dos botões Home e central.

Os presets de iluminação dos botões frontais também são selecionáveis: o estilo Super Famicom é o padrão, mas você também tem opções nas cores do PlayStation e do Xbox. Tem até uma opção que lembra o Dreamcast com um layout de cores bem característico. O legal é que, apesar de manter as letras típicas da Nintendo, é uma referência sutil a outras plataformas.

Um ponto positivo é que os botões frontais não têm aqueles microswitches barulhentos, então todos eles são bem responsivos sem aquele clique irritante. A chave no topo permite alternar entre ‘S’ (Switch) e ‘X’ (XInput), e tudo funcionou normalmente ao testar com Steam usando o dongle ou via cabo e pelo Bluetooth com iOS.

Por outro lado, não há leitor NFC para amiibo, nem botão ‘C’ para acesso fácil ao GameChat do Switch 2. Além disso, não tem entrada para fones de ouvido, então quem gosta de jogar com headset deve procurar outra opção. Outro detalhe é que os botões ‘-‘ e ‘+’ estão nas posições dos botões Home e Capture do controle da Nintendo, então prepare-se para algumas capturas de tela acidentais no começo. E não dá para acordar o Switch 2 com esse controle — para mim, não é um problema, já que sempre ligo pelo console, mas tem quem goste dessa conveniência.

Para R$ 400, você pode sentir falta de algumas funções esperadas. Se você está pensando em comprar apenas um controle para o Switch 2, vale a pena considerar o modelo da Nintendo ou algo da 8Bitdo. Aqui, o que realmente conta é o estilo. O Crush 550 combina bem com uma cadeira de couro e uma taça de vinho enquanto você aprecia um visual novel ou um quebra-cabeça leve. Não é o tipo de controle que você quer usar em um jogo frenético de tiro, suando entre frags e momentos de pausa.

No final das contas, tudo depende do seu estilo de jogo. Para mim, é um prazer jogar com ele, e vou usá-lo sempre que o jogo não exigir mais do que ele pode oferecer. É como um carro clássico; um controle para dias de sol, que você tira da garagem apenas quando o tempo está bom. Se você busca algo mais sofisticado e o custo não é um problema, esse controle vai brilhar na sua coleção.