Análise de Assassin’s Creed Shadows para Switch 2
Assassin’s Creed é a série mais famosa da Ubisoft e já nos presenteou com duas décadas de aventuras incríveis, sempre viajando por diferentes períodos históricos. Ao longo dos anos, a franquia se expandiu com várias DLCs e spin-offs, conquistando uma legião de fãs apaixonados. Com uma mudança significativa no estilo de jogo, a série deixou para trás a estrutura de eliminar alvos como em Hitman e passou a oferecer enormes mundos abertos, recheados de elementos de RPG leves e missões que podem te manter ocupado até o próximo lançamento.
O mais recente título, “Shadows”, chegou em um momento crucial para a franquia, especialmente depois de uma recepção morna de “Mirage”. A confiança na Ubisoft estava em baixa, e a escolha de um cenário feudal japonês soou como uma tentativa ousada de reverter a situação. E, no geral, essa escolha funcionou. “Shadows” apresenta um dos mundos mais envolventes que a série já criou, com dois protagonistas cativantes e bem distintos que tornam a experiência ainda mais interessante.
Este jogo marca a primeira vez que um título principal da série é lançado em um console da Nintendo desde “Black Flag”, que saiu para Wii U em 2013. E não é apenas um jogo qualquer; é um verdadeiro espetáculo técnico que desafia o desempenho do Switch 2. Vale destacar que, embora haja algumas ressalvas, a performance e a apresentação visual são sólidas.
Ambientado no final do período Sengoku, “Shadows” acompanha duas jornadas paralelas na região de Kansai, no Japão. A trama gira em torno de Naoe, que busca um misterioso legado familiar e quer vingar a morte do pai, enfrentando o clã Onryo, uma gangue de vilões mascarados. Por outro lado, temos Yasuke, um ex-escravo moçambicano que se torna samurai e vive um conflito moral enquanto serve Nobunaga, uma figura central na história japonesa. As histórias deles se entrelaçam, e juntos eles enfrentam as forças corruptas que ameaçam a paz do Japão.
A parte do Animus, que era um elemento central da série, agora ficou um pouco em segundo plano. Ainda assim, há uma presença misteriosa que lembra o jogador de que está controlando Naoe e Yasuke. O que realmente diferencia “Shadows” de outros títulos da série são as mecânicas distintas de cada protagonista. Naoe é ágil e furtiva, equipada com sua adaga escondida, enquanto Yasuke é uma verdadeira força da natureza, um tanque que arrebenta tudo pela frente.
O jogo permite alternar entre os dois personagens, o que traz uma variedade de estilos de jogo que não eram tão presentes antes. Você pode escolher entre uma abordagem furtiva ou um ataque direto, o que torna cada missão mais dinâmica. Ambos têm um arsenal diversificado, com Naoe usando movimentos com a Kusarigama e Yasuke optando por armas de longo alcance e explosivos. Além disso, há uma infinidade de equipamentos para coletar, melhorar e personalizar.
As atividades são diversas, com uma missão principal que pode levar de 80 a 100 horas para ser completada, além de centenas de missões secundárias. Embora o jogo tenha muito conteúdo, algumas missões podem se tornar repetitivas, exigindo longas caminhadas pelo mapa para falar com NPCs e voltar ao ponto de partida. Porém, há algumas atividades divertidas, como minijogos de pintura e construção de bases, que tentam quebrar essa monotonia.
E quanto à performance no Switch 2? A resposta é, em sua maioria, positiva. A Ubisoft foi bastante transparente sobre como “Shadows” foi otimizado para o hardware da Nintendo. Assim como a versão de “Cyberpunk 2077”, “Shadows” utiliza tecnologias para melhorar a performance, mas isso vem com alguns sacrifícios visuais. Jogadores que experimentaram outras versões perceberão as diferenças, mas ainda assim é um jogo impressionante.
Claro, em áreas movimentadas como Osaka, a taxa de quadros pode cair, especialmente quando o console está em modo portátil. No entanto, as batalhas com vários inimigos, especialmente com Yasuke, se mantêm firmes, mesmo com muita ação na tela. O jogo é um feito técnico admirável e a atmosfera rica do mundo aberto é deslumbrante, com detalhes que impressionam e mudanças sazonais que enriquecem ainda mais a experiência.
Os controles de toque estão disponíveis apenas para menus e a construção de bases, enquanto o suporte para mouse não foi incluído. Uma funcionalidade útil da Ubisoft Connect permite que você carregue seu progresso entre os consoles. A versão do Switch 2 já vem com todo o conteúdo disponível em outras plataformas, mas a expansão “Claws of Awaji” não está inclusa e estará à venda separadamente em fevereiro.
