Análise de Demonschool para Switch na eShop da Nintendo

Demonschool é um RPG tático que traz a história de Faye, uma caçadora de demônios, e seus amigos excêntricos, todos membros do Black Magic Club em uma universidade que não é lá muito conceituada. Essa universidade fica em uma ilha peculiar que leva o mesmo nome do jogo. Vale a pena lembrar que o lado escolar de Demonschool é mais uma desculpa para a trama do que um foco real. Afinal, Faye e seu grupo logo percebem que suas tarefas semanais têm muito mais a ver com mistérios e um apocalipse iminente do que com educação.

A cada semana, eles recebem uma missão que parece mais um desafio do que uma aula. Durante o jogo, dá para “estudar” técnicas que liberam habilidades equipáveis para o time, e ainda rola uma prova no final de semana. Além de seguir com a história principal, o tempo é gasto construindo relacionamentos, fazendo missões paralelas e jogando minigames em diversos locais da cidade.

### O Coração da Batalha

O combate é o que realmente faz o jogo pulsar. A desenvolvedora Necrosoft Games descreve o sistema como “táticas de novo estilo”, inspirado nos primeiros jogos da série Persona. Cada batalha começa com a escolha do seu time, onde você seleciona quais personagens vão entrar na disputa. São quatro vagas disponíveis, e Faye sempre precisa estar na primeira. Se a luta está ligada a uma missão pessoal, às vezes, outros personagens também ficam “presos” a uma vaga.

Durante a fase de planejamento da batalha, você pode usar pontos de ação para mover cada personagem pelo mapa em grade. Atacar um inimigo significa se mover até ele, e cada personagem tem suas próprias habilidades. Isso pode incluir empurrar inimigos ou até mesmo puxá-los e atordoá-los. A cada rodada, você tem oito pontos de ação à disposição. O primeiro movimento de um personagem consome apenas um ponto, mas os movimentos seguintes custam mais. Por exemplo, mover Faye pela segunda vez custa dois pontos e pela terceira, três. Essa dinâmica de custo de pontos, habilidades e posicionamento em relação aos inimigos transforma o combate em um quebra-cabeça bem interessante.

### Dinâmica das Lutas

A fase de planejamento oferece bastante espaço para tentativas e erros. Você pode voltar atrás em movimentos e os personagens podem agir em qualquer ordem. Quando tudo está decidido, a fase de ação acontece, mostrando os movimentos e ataques em sincronia. É uma cena visualmente empolgante, com personagens atravessando linhas de inimigos, ativando combos e fazendo jorrar sangue a cada oponente derrotado. Após isso, os inimigos restantes atacam antes do início da próxima rodada.

As batalhas bem-sucedidas recebem notas de A a C e conferem uma certa quantidade de opalas, que é a moeda do jogo, além de troféus e créditos. Para conseguir a melhor nota, você precisa derrotar um número específico de demônios dentro de um limite de rodadas e levar pelo menos um personagem até o final do mapa para selar o portal. Se um membro do time morrer ou você não alcançar a meta de rodadas, a nota da batalha cai. Essa variedade de resultados é interessante, pois jogadores mais perfeccionistas podem buscar notas máximas, enquanto ainda é possível avançar mesmo com desempenhos menos que perfeitos.

### Evolução do Jogo

No começo, as lutas podem parecer repetitivas, especialmente quando você só tem acesso a um número limitado de personagens e habilidades. No entanto, a complexidade tática começa a se desenvolver nas primeiras semanas do jogo, quando novos inimigos e companheiros aparecem. No início, Faye e Namako são os únicos dois personagens jogáveis, seguidos logo por Destin e Knute, os primeiros novos membros do Black Magic Club. Ao todo, você pode recrutar até 15 personagens para usar nas batalhas.

Além das lutas, você também pode fortalecer os laços de Faye com os outros membros do clube. Isso pode ser feito através de opções de diálogo que eles apreciam, cantando karaokê, preparando refeições ou ajudando nas missões paralelas. As relações são um foco secundário do jogo, e Faye, com seu jeito irreverente e focado em ação, interage com um elenco variado e interessante.

### Estilo e Atmosfera

A trama de Demonschool não se leva muito a sério, mesmo com seus momentos de horror. As falas dos personagens são recheadas de piadas e referências à tecnologia dos anos 90, o que traz uma leveza ao ambiente pesado de sangue e morte. O estilo artístico remete a essa época, mas ainda se encaixa bem nos jogos contemporâneos. A maior parte do gameplay é vista de uma perspectiva isométrica, mas a câmera muda de ângulo em cenas importantes, misturando arte 2D e 3D. A trilha sonora é cheia de batidas synth que ajudam a criar a atmosfera, enquanto efeitos sonoros pontuam desde a navegação na interface até as interações entre os personagens.

### Desempenho no Switch

Do ponto de vista técnico, não encontrei lag ou problemas enquanto jogava no Switch. As telas de carregamento antes das batalhas são rápidas e não chegam a atrapalhar a experiência de jogo. Demonschool é divertido e oferece um desafio acessível, misturando elementos de horror com um tom descontraído e até engraçado. O estilo visual combina bem com a ambientação dos anos 90, tornando o jogo uma experiência bem elaborada e polida, especialmente após as várias adiamentos que teve.