Análise de Hyrule Warriors: Era do Aprisionamento (Switch 2)

Quando peguei o primeiro Hyrule Warriors lá em 2014, no Wii U, minhas expectativas eram bem simples: eu queria uma ação frenética de musou com a temática de The Legend of Zelda. E, olha, eu fiquei bem feliz com o que recebi. Passei um final de semana jogando, e meu filho, que tinha acabado de nascer, passou parte dos seus primeiros dias de vida assistindo o pai enfrentar exércitos de Moblins. Por isso, esse spin-off tem um lugar especial no meu coração. Ele me dá a dose de ação que eu preciso, traz a vibe de Zelda e gerou uma memória familiar incrível.

Seis anos se passaram, e com a sequência, Age of Calamity, a experiência no campo de batalha ficou ainda melhor, com uma história mais envolvente. Algumas pessoas ainda preferem o Hyrule Warriors original por ter mais conteúdo, e eu geralmente estaria do mesmo lado. Afinal, quantas camadas pode ter um jogo desse tipo? O que eu realmente quero é socar inimigos, não cochilar durante as cenas.

Mas, com a série Zelda em alta, especialmente na parte da narrativa, eu quero ver enredos emocionantes e surpresas. E é exatamente isso que Hyrule Warriors: Age of Imprisonment traz, entregando uma história que vai prender a atenção dos fãs. Sem dar muitos spoilers, os problemas que alguns tiveram com o final de Age of Calamity não são motivo de preocupação aqui. A performance e os gráficos estão em ótima forma, mostrando tudo que o Nintendo Switch 2 pode fazer, mesmo no modo cooperativo.

No modo campanha principal, estamos falando de ação fluida a 60fps, e, sinceramente, não percebi quedas de desempenho. Já no modo cooperativo, o alvo é 30fps, que também funciona muito bem, mesmo sendo um pouco inferior ao modo solo. Agora, voltando ao enredo, Age of Imprisonment se passa no início do reino de Hyrule. A Princesa Zelda volta no tempo acidentalmente e entra na guerra de Imprisonment, algo que todo fã da série já estudou com afinco. Com a história aprovada pelos criadores, temos uma aventura que se destaca pela atenção aos detalhes.

Os lugares e personagens familiares estão de volta, e a narrativa que os envolve é emocionante e satisfatória, fiel ao rico universo da série. O mapa do jogo, dividido em regiões distintas, está repleto de missões, desafios e sub-missões, e Age of Imprisonment faz um ótimo trabalho equilibrando tudo isso. As missões principais são profundas e entregam a grandiosidade que esperamos de um jogo da série principal.

Você também pode se libertar com combates simples e diretos, que são a essência dos jogos musou: enfrentar hordas de inimigos e dominar a luta. A nova equipe da Koei Tecmo, o AAA Games Studio, aproveitou elementos dos jogos de Zelda para criar uma sensação de aventura épica. A culinária está de volta e agora funciona em acampamentos, garantindo que sua equipe esteja sempre pronta para as longas jornadas. E os dispensadores de dispositivos Zonai também estão presentes, permitindo que você crie armadilhas para as batalhas.

Em termos de apresentação, tudo está em alta qualidade, desde a dublagem em inglês até a trilha sonora, que é sensacional. O combate evoluiu, e Age of Calamity já era considerado o melhor jogo musou por mim em 2020, por sua profundidade e polimento sem perder a diversão. Este novo jogo não decepciona e ainda traz mais. Há inimigos que exigem estratégia, chefes que podem ser desafiadores e uma variedade de heróis capazes de realizar movimentos especiais.

Uma das novidades são os Sync Strikes, que ficam disponíveis conforme você luta e ataca bem. Quando o medidor do seu personagem brilha em azul, é hora de se juntar a um aliado para um ataque poderoso. Isso é extremamente viciante e se encaixa perfeitamente na dinâmica do jogo. A necessidade de pensar estrategicamente, como manter os aliados próximos para usar esses ataques, traz uma nova camada de profundidade.

Os dispositivos Zonai podem ser usados por todos os personagens, e você pode trocar os ataques durante as batalhas, criando combos incríveis. É uma mecânica que, embora pareça complexa, se torna intuitiva assim que você experimenta. E, claro, você pode usar o ambiente a seu favor, colocando bombas ou armadilhas.

Embora os mapas sejam visualmente impressionantes e a inclusão de novos locais seja uma adição interessante, ainda se mantém a estrutura clássica de corredores e espaços abertos. Essa repetição na estrutura dos mapas pode ser um ponto a ser melhorado, mas, além disso, Age of Imprisonment entrega uma experiência sólida.

Depois da campanha, ainda há muito para explorar, com conquistas e dificuldades que aumentam o desafio. Não posso entrar em detalhes sobre alguns personagens novos, mas posso garantir que você não vai se decepcionar. O jogo se encaixa perfeitamente na série e é um grande feito, considerando que estamos falando de uma das melhores franquias de todos os tempos. Portanto, se você é fã de musou, já pode se preparar: Age of Imprisonment é uma experiência que vale a pena.