Como Mega Starmie se tornou o novo ícone queer da internet
Chegou durante a noite, como um raio que ilumina o céu escuro e torturado da mente de um designer da Game Freak. Assim, com um toque de timidez no começo e depois ganhando confiança, Mega Starmie se apresentou ao mundo em um espetáculo dramático. Sim, estou falando dela, a nova estrela da Internet e sensação de Pokémon Legends: Z-A.
No início, Mega Starmie causou um certo temor. Com suas longas pernas musculosas e um andar humanoide, muitos a compararam a modelos de passarela, independentemente de gênero. Mas a falta de cabeça gerou confusão, deixando muitos se perguntando: “Estou atraído por Mega Starmie?” Alguns logo descartaram essa ideia, considerando-a um design interessante, mas inacabado. Afinal, não é algo que você imagina quando está sozinho, tomando um drink e olhando pela janela durante uma tempestade.
Depois, vieram os memes. Mega Starmie foi vista como uma estranha, uma aberração, uma par de pernas sem propósito. E, nossa, como essas pernas foram alvo de piadas! Os internautas a compararam a Patrick, do Bob Esponja, e até sugeriram que era um bug que os programadores esqueceram de corrigir. Ninguém parou para pensar em como isso poderia afetar Mega Starmie.
Mas, como dizem, é sempre mais escuro antes do amanhecer. Mega Starmie começou a ganhar uma nova identidade, quase como uma rebelde poderosa. Sua entrada na Pokédex sugeria que ela se tornara mais humanoide para “substituir a humanidade”. Isso gerou um culto de admiradores. Seja pela meme que a retratava como Patrick em meias arrastão, ou pela sua jornada como uma outsider, Mega Starmie começou a ser vista como um ícone queer, uma figura de resistência.
Cosplayers por toda a Internet começaram a se vestir como Mega Starmie, tanto para o Halloween quanto para provocar seus parentes conservadores. Usando os pronomes “ela/dela”, Mega Starmie se transformou na protagonista de memes celebratórios, aparecendo em referências a filmes como O Diabo Veste Prada e até em memes de Donas de Casamento. Drag queens se esforçaram para reproduzir seu visual icônico, criando roupas que capturavam sua glamur celestial. Finalmente, Mega Starmie encontrou seu propósito: brilhar!
Mega Starmie não é a primeira a passar por isso. A versão comum já tinha sido alvo de memes devido aos seus gritos um tanto sugestivos nas dublagens em francês, mas nunca havia alcançado o status de ícone queer. Agora, tudo mudou. Mega Starmie é uma ex-rejeitada da sociedade, excluída por sua natureza. Ela não escolheu ter aquelas pernas longas e musculosas; ela nasceu assim. E a verdade é que a versão comum já era vista como um ícone não-binário, com seu status de gênero neutro e suas cores que lembram a bandeira não-binária.
Esse passado inspirou discussões sobre quais pronomes Mega Starmie deve usar. Seria “ela/dela”? Ou “eles/deles”? Talvez Mega Starmie se identifique com ambos e aceite qualquer rótulo. Acredito que ela seja uma figura que busca tornar sua identidade de gênero algo tranquilo, usando essas conversas para educar seus amigos e provocar críticas de forma leve.
Assim como muitas pessoas não-binárias e trans, Mega Starmie também é frequentemente mal compreendida e até temida. Afinal, não é como se ela estivesse transformando crianças em gays só por estar por perto, ou usando seus poderes para causar confusão. Muitas vezes, ela só está tentando se teletransportar até seu treinador, que está enfrentando mais um desafio. E por que rir dela por isso?
Independente do que digam, Mega Starmie está prosperando. E rumores indicam que ela pode até ter um interesse amoroso em breve. Falam de Mega Malamar, que também foi adotado como um ícone queer, e é ainda mais ousado do que Mega Starmie. Em um meme, Mega Malamar usa seus poderes psíquicos para espalhar os direitos LGBTQ+ pelo mundo. Eles poderiam ser um casal incrível, participando de eventos e fazendo parte de uma nova dupla fictícia que todos torcem.
E, pensando bem, é reconfortante saber que existe uma Mega Starmie por aí, observando os queers, cantando “God Help the Outcasts” enquanto desfila pela vida, pronta para defender os direitos de todos que não têm medo de ser quem são.
