Criador de Dead Space critica promessas de Elon Musk sobre IA

Glen Schofield, um dos criadores do famoso game Dead Space, está empolgado com as possibilidades que a inteligência artificial (IA) traz para o mundo dos jogos, mas ele também é bastante cauteloso. Recentemente, durante sua participação na Gamescom Asia x Thailand Games Show, Schofield não hesitou em criticar as afirmações de Elon Musk sobre sua nova empresa, a xAI. Musk acredita que sua tecnologia será capaz de desenvolver um jogo completo sozinha até o final de 2026, mas Schofield não está convencido.

Ele compartilhou sua visão de que, apesar de acreditar no potencial da IA, ainda estamos longe de ver uma máquina criando um jogo de grande porte, um famoso Triple A, em apenas um ano. “Um ano? Não, ele está falando besteira”, afirmou Schofield, referindo-se às promessas de Musk. Para ele, as ferramentas de IA disponíveis atualmente têm limitações e foram desenvolvidas sem o conhecimento necessário de quem realmente entende de criação de games.

Schofield explicou que uma das maiores frustrações para os desenvolvedores é quando pessoas de fora da área criam ferramentas que não atendem às necessidades do mercado. Ele acredita que, antes de qualquer grande avanço, é fundamental que as empresas que desenvolvem essas tecnologias tenham a experiência adequada. “Essas ferramentas precisam ser feitas por quem sabe como funciona o desenvolvimento de jogos”, disse ele, mencionando que algumas empresas já estão nesse caminho.

Mesmo que Musk e sua equipe consigam criar algo, Schofield não acredita que o resultado será positivo. “Fazer um jogo em um ano é possível, mas não vai ser bom”, comentou. Essa desconfiança vem da crença de que a IA ainda enfrenta muitos desafios, como a dificuldade de transformar conceitos artísticos em modelos 3D adequados, além da necessidade de um toque humano em animações e movimentos de personagens.

Por outro lado, Schofield não vê problemas em usar ferramentas como o Midjourney para criar imagens conceituais. Para ele, essa prática não é uma forma de roubo, já que todos os artistas, em algum momento, se inspiram no trabalho de outros durante seu aprendizado. Essa perspectiva pode ser um alívio para muitos criadores que estão explorando a IA como uma aliada no processo criativo, sem perder de vista a importância do toque humano.