Números do Switch 2 mostram eficácia da estratégia da Nintendo

As expectativas em relação ao Nintendo Switch 1 não são das melhores, especialmente com o lançamento do Switch 2, que promete uma compatibilidade retroativa bem ampla e melhorias de desempenho. As vendas do Switch 1 caíram 60% em relação ao ano passado, mas mesmo assim, 1,89 milhão de unidades vendidas não é um número tão ruim assim. A Nintendo acredita que ainda pode vender 4 milhões de consoles do modelo original até o final do ano fiscal, o que é meio milhão a menos do que as previsões anteriores. O Switch 1 está a apenas 10 mil unidades de alcançar o recorde histórico de vendas do DS, com o PS2 ainda na frente.

Apesar da queda nas vendas de hardware, as previsões de venda de jogos para o Switch 1 aumentaram em 20 milhões, totalizando 125 milhões. Isso é uma boa notícia para a equipe financeira da Nintendo. Entre os jogos, o pacote do Mario Kart World fez um sucesso danado, vendendo 9,57 milhões de cópias até 30 de setembro. E o Donkey Kong Bananza também se saiu bem, com 3,49 milhões de unidades vendidas até agora. Embora não tenha os números impressionantes de Mario Kart, é uma performance saudável para um jogo que não foi parte de um pacote; cerca de um terço dos donos do Switch 2 também têm uma cópia do Bananza.

O cenário de lançamento nos EUA foi um pouco complicado devido a preços altos e incertezas. Com a Microsoft e a Sony aumentando os preços dos seus consoles este ano, a Nintendo teve que encontrar um bom equilíbrio em sua própria estratégia de preços. Apesar da frustração com o preço de 80 dólares do Mario Kart — que é atualmente o único jogo não relacionado ao Switch 2 que custa esse valor — e o aumento nos preços dos acessórios, os números mostram que a empresa conseguiu se sair bem. Ao invés de apressar o lançamento, a Nintendo optou por segurar o estoque e garantir que a demanda fosse atendida, e isso trouxe resultados positivos, especialmente durante os meses de verão.

Mesmo em meio a tendências de queda na indústria e circunstâncias desafiadoras, a Nintendo mostrou que o mercado ainda tem espaço e que a vontade de pagar por qualidade permanece forte. A estratégia de crescimento lento e constante está funcionando. E o apoio de desenvolvedores terceiros tem sido excelente também. É verdade que muitos jogadores de multiplataforma podem já ter experimentado esses jogos antes, e as críticas em relação às cartas de Game-Key são reais. Mas, olhando para os melhores jogos do Switch 2 até agora, fica claro que a qualidade é inegável.

O cenário da indústria de jogos continua cheio de desafios. Enquanto o PS5 vende bem, a Sony não teve uma geração das mais empolgantes, especialmente com a Microsoft enfrentando problemas de imagem e tornando o Xbox uma opção menos viável a cada dia. Os aumentos de preço em geral parecem tornar a proposta de valor dos consoles e serviços de assinatura cada vez menos atraente. E, no meio disso tudo, a Nintendo lança um console portátil que, contra todas as expectativas, está se saindo muito bem em comparação com seu antecessor inovador.

O Switch 2 não é exatamente barato, e ainda está faltando aquele “jogo obrigatório”, aquele que faz todo mundo querer ter um Switch 2 para jogar. O Mario Kart foi um ótimo começo, e o Bananza é sensacional, mas não é um Mario. O Switch 2 ainda não tem seu “Breath of the Wild”. No entanto, o que está disponível até agora tem sido suficiente para conquistar uma boa quantidade de pessoas. O lançamento teve seus estresses, mas a Nintendo conseguiu manter o ímpeto além do primeiro mês e está bem posicionada para aproveitar as festas de fim de ano e o começo do novo ano com uma lista de lançamentos bem variada.

Os resultados do próximo trimestre — de outubro a dezembro — incluirão vendas de novos títulos como Pokémon Legends: Z-A, Hyrule Warriors, Kirby Air Riders e Metroid Prime 4. São quatro novos jogos, incluindo dois exclusivos do Switch 2, e já sabemos que Pokémon teve um lançamento gigante, marcando o maior lançamento físico nos EUA desde Tears of the Kingdom. Uma lista cheia, variada e super eficaz, e isso é só o que foi publicado pela primeira parte.

Nos últimos meses, fiquei pensando se lançar várias atualizações do Switch 2 entre os novos exclusivos seria suficiente para empolgar o público a investir em um console caro, mesmo diante da expectativa por novidades. Apesar de todo o burburinho, o próximo Animal Crossing é, na verdade, o “velho” Animal Crossing com algumas melhorias. Será que isso vai ser suficiente? E o inevitável “Super Smash Bros. Ultimate – Nintendo Switch 2 Edition + Hyper Fighting Dash Dojo EX” vai manter a empolgação? Todos os indícios apontam que sim. Muito bem jogado, Nintendo.