Resident Evil Requiem precisa resolver problema com vilões

Resident Evil Requiem está prestes a chegar ao Nintendo Switch 2 em menos de três meses, e, mesmo assim, o jogo ainda é envolto em mistério — um pouco menos depois da revelação acidental de Leon. De acordo com os trailers já lançados, um dos grandes atrativos desse novo título é a volta a Raccoon City, o cenário principal da trilogia original, agora em ruínas após uma explosão nuclear planejada. Essa volta a Raccoon não é apenas para provocar nostalgia nos fãs de longa data; é preciso que haja uma razão válida para o retorno às raízes da série. Que maldade espreita nas ruínas devastadas? Quais segredos ainda podem ser descobertos? E quem está por trás dessa nova e mortal ameaça viral?

Essa última pergunta é especialmente importante, já que, na minha opinião, a série tem enfrentado um sério problema com vilões desde a morte de Albert Wesker em Resident Evil 5. Desde que Chris Redfield e Sheva Alomar dispararam dois mísseis contra aquele vilão charmoso enquanto se debatia em um lago de lava, parece que a Capcom tem dificuldade em encontrar um antagonista que realmente dure.

As coisas começaram meio tortas em Revelations, de 2012, quando foi revelado que Morgan Lansdale era o responsável pelos eventos do jogo. Lembra dele? Pois é, ninguém mais se lembra. Resident Evil 6, lançado no mesmo ano, trouxe dois vilões: Derek C. Simmons e Carla Radames, sendo que a última se transformou em uma cópia exata de Ada Wong. Apesar de todo o esforço da Capcom em explicar seus papéis, a impressão que ficou é que eram apenas um detalhe sem importância na história. Simmons, em particular, parecia ser o vilão mais genérico de toda a franquia.

Houve uma luz no fim do túnel com Revelations 2, que apresentou Alex Wesker. Irmã de Albert, Alex trazia uma aura de mistério e ameaça, embora algumas de suas falas parecessem tiradas do script do irmão. Infelizmente, ela também acabou se transformando em um monstro grotesco e recebeu o mesmo destino que seu irmão: um ataque com um lançador de foguetes. A mesma história se repetiu.

Resident Evil VII trouxe a Família Baker, um conjunto de vilões que realmente provocou medo enquanto eu explorava sua propriedade em ruínas. Porém, a história revelou que os Bakers eram apenas marionetes sob a influência de Eveline, uma bioweapon que se apresentava como uma garotinha em busca de uma família. É uma ideia interessante, mas que não deixa muito espaço para desenvolvimento. Assim como em outros títulos, Eveline é eliminada no final do jogo, se tornando mais um vilão descartável.

Então veio Resident Evil Village, que introduziu a Mother Miranda como a principal antagonista. Essa cultista infectou a população local com ‘Mold’ na tentativa de reviver sua filha perdida e, para conectar tudo de volta à Umbrella, supostamente orientou Oswell E. Spencer, o fundador da empresa. Até aí, tudo parece promissor, mas o jogo focou demais nos assistentes de Miranda: os Quatro Lordes da Vila. A Lady Dimitrescu, por exemplo, ganhou tanta popularidade que a Capcom direcionou quase todo o marketing para ela. Mas, para a surpresa de muitos, ela morre bem cedo no jogo. E, claro, Miranda também é eliminada pelas mãos do protagonista no final, seguindo a mesma fórmula de sempre.

Parece que a Capcom finalmente percebeu a importância de ter um vilão carismático, já que está utilizando Lady Dimitrescu novamente para promover Requiem, um jogo que, pelo que sabemos, não tem relação com os eventos de Village. Algo precisa mudar — não podemos começar do zero a cada novo título. A primeira trilogia (e, por extensão, Code Veronica) ainda é muito querida. Ali, havia uma linha narrativa clara com a Umbrella, e um vilão incrível como Albert Wesker, que retornou mais forte em Code Veronica, mesmo sendo considerado morto.

Então, será que podemos esperar algo semelhante em Requiem? Lady Dimitrescu realmente está morta? Ou existe mais um membro da família Wesker à espreita? Os vídeos pré-lançamento têm focado bastante no que os fãs chamam de “O Homem Encapuzado”, e parece que a Capcom está determinada a manter a verdadeira identidade desse personagem em segredo por enquanto. De qualquer forma, a Capcom precisa fazer com que nos importemos com os eventos de Requiem e nos mantenha animados para o futuro da série, mesmo após os créditos finais. Se tivermos mais um vilão descartável que acaba morrendo na reta final, não sei por quanto tempo conseguirei me manter interessado.

E você, o que acha dos vilões de Resident Evil? Tem algum favorito que gostaria de ver de volta?