Romancing SaGa 3 comemora 30 anos de superação da morte

Quando a Square Enix trouxe de volta Romancing SaGa 3 para o Switch em novembro de 2019, muitos de nós recebemos um presentão inesperado. Claro, o jogo não gera a mesma empolgação que um Final Fantasy, e isso é compreensível, mas Romancing SaGa 3 merece todos os elogios por trazer uma liberdade e uma dose de aleatoriedade ao gênero RPG, algo bem único quando foi lançado em 1995. E, na verdade, toda a série é assim.

No caso do terceiro título, a ousadia se destaca. Os jogadores têm a oportunidade de escolher entre oito protagonistas diferentes, o que torna a experiência de imersão na história bem mais rica. Assim como em Octopath Traveler e sua sequência, você pode explorar a narrativa de Romancing SaGa 3 várias vezes, graças às tramas interligadas que realmente prendem a atenção.

A história em si é forte. Você assume o controle de um protagonista logo após um evento catastrófico chamado Death Eclipse, que acontece a cada 300 anos. Nesse dia, todos os recém-nascidos morrem, exceto um, que se torna a Criança do Destino. Não quero dar spoilers, então vou parar por aqui. Mas a premissa é incrível e o jogo faz um ótimo trabalho explorando essa narrativa.

Nos anos 90, os RPGs ainda eram bem lineares. Eles não permitiam muita “experiência” como Romancing SaGa 3 faz. Essa liberdade de escolha é uma das grandes sacadas do jogo. As histórias se desenrolam a partir de diferentes perspectivas, dando uma sensação de leveza e descontração. O sistema de evolução de personagens é bem diferente do que estamos acostumados: em vez de seguir uma linha reta de melhorias, você recebe “upgrades” aleatórios. Isso pode ser um pouco caótico, mas é muito divertido.

O sistema de “sparking” das armas, que voltou de Romancing SaGa 2, permite que os personagens adquiram novas habilidades de forma aleatória durante as batalhas. Algumas pessoas podem não se adaptar a essa abordagem, mas eu pessoalmente adoro. Essa ideia de evolução orgânica traz um toque especial ao jogo, mesmo que possa dificultar um pouco o foco em algumas mecânicas tradicionais de RPG. Para quem gosta de uma progressão mais metódica, isso pode ser frustrante. Mas, para mim, essa liberdade se alinha com a essência do jogo, o que torna a experiência válida.

A trilha sonora do jogo, criada por Kenjo Ito, também reflete essa filosofia. Em vez de seguir um tema fixo, o compositor permitiu que a música se desenvolvesse e evoluísse com o tempo, criando uma atmosfera bem zen.

Um feliz aniversário para Romancing SaGa 3! Se você já jogou, seja na versão original ou na remasterizada, compartilhe suas impressões. O que você acha da singularidade do jogo?