Silksong em modo cooperativo foi destaque de 2025
Nos últimos tempos, nosso amigo Ibby tentou compartilhar seu amor pela linda trilha sonora de Choral Chambers, de Silksong. Ele sempre pedia para a gente ouvir essa parte ou aquela outra, mas, com a tecnologia de silenciamento de música do GameChat, não conseguíamos captar o que ele falava. O que realmente ouvimos foi uma discussão animada que ele teve com a mãe dele — nada sobre o que estávamos buscando, na verdade. Mas descobrimos que dá para abaixar o volume para diferentes amigos (e suas mães) na conversa. Útil, né?
Esse ano, Silksong e o GameChat se tornaram como um bar para mim e alguns amigos. Antes, à noite, o grupo trocava memes ou falava sobre Smash Bros. no WhatsApp, mas, de repente, tudo ficou silencioso. Então, eu chegava no Switch por volta das 21h e sempre recebia uma notificação de que três amigos estavam online e havia um convite para o GameChat. Bastava apertar o botão ‘C’! Quatro de nós compramos Silksong (sendo que apenas dois tinham terminado Hollow Knight) e embarcamos juntos nessa jornada desafiadora e recompensadora.
Embora eu jogue Smash como Corrin, não sou muito de multiplayer ou cooperativo. Não conheço a felicidade de ser um jogador de Souls que convoca outros para enfrentar chefes. E só joguei Dark Souls 2. Mas jogar Silksong como um grupo de amigos foi um dos destaques de 2025. Era uma aventura solo, mas compartilhada através do GameChat, com novas possibilidades se abrindo. Eu nunca assisti Twitch, mas agora me peguei passando pelas telas do GameChat à noite, como se estivesse mudando de canal na TV.
Acompanhar as lutas ao vivo foi uma experiência incrível. Lembro de uma vez em que Ibby estava tendo dificuldades para vencer o First Sinner, um chefe opcional encontrado na prisão Slab. Ele se movia como o Noturno, enquanto a música aumentava em intensidade. Observando a tela dele, percebi que ele não estava usando o gancho (não sei se é assim que se chama) para ganhar aquela distância crucial entre os ataques. Então, eu disse a ele, e aos poucos ele começou a fazer progresso. Mas ainda havia uma fase dois pela frente. No fim, após um último esforço, eu assisti enquanto ele jogava, focado, e, quando o Sinner finalmente caiu, eu não consegui me conter.
Em outras ocasiões, o clima era de co-pilotagem, como quando Sunny lutou contra o Disgraced Chef Lugoli na Sinner’s Road. A tela estava cheia de situações caóticas, e todos nós ajudávamos a reduzir a pressão com gritos de “Cogflies, Cogflies!” ou “Cura, cura, cura!”, na hora certa. O chef acabou sendo derrotado mais tarde, mas o espírito de equipe estava lá.
Uma coisa legal desse compartilhamento de tela é que podíamos vivenciar saltos geracionais nos jogos. A diferença entre a suavidade de 10fps da tela de alguém e a nossa própria experiência em alta definição era impressionante. Especialmente no modo portátil, a clareza surpreendente lembrava uma história em quadrinhos ganhando vida. E assim, fui curtindo essa nova forma de jogar Silksong.
Com a abertura do jogo, cada um estava em um lugar diferente. Surgiram rumores sobre uma nova área acima de Greymoor e um dado mágico nos Blasted Steps. Era como um novo tipo de conversa de playground, onde compartilhávamos estratégias de Silksong e trocávamos informações sobre o que os diferentes portões desbloqueavam.
Embora eu também jogasse sozinho, essa conversa de fundo era reconfortante. Era bom saber que, mais tarde, poderíamos contar um ao outro sobre as aventuras que vivemos. A discussão sobre as partes difíceis do jogo era constante. “Cheguei aqui antes de ter a capa. Não recomendo isso”, eu dizia, com um sorriso.
Agora, será que dá para considerar todas essas conversas uma mecânica do jogo? Não é só pela troca de informações, mas também pela maneira como nos concentramos enquanto conversamos. É como aquelas longas viagens de carro, onde você se distrai e a viagem parece mais curta. Enquanto jogávamos, trocávamos ideias, e isso tornava as partes complicadas mais leves.
Acabei me envolvendo tanto que fui direto até o final do Ato 3 e sua batalha final desafiadora. Depois de várias tentativas, consegui vencer e, mesmo depois disso, joguei mais uma vez, quase como uma dança rítmica agora. O poder do progresso estava presente, mesmo com a música abafada pelo GameChat.
Mas, depois do Ato 2, os outros começaram a se afastar um pouco. O Hades novo surgiu e trouxe um ar mais leve, e um dos nossos amigos começou a enfrentar alguns problemas pessoais. Foi um pequeno intervalo em Silksong, mas não conseguimos retomar o ritmo. E assim, aquele bar virtual, feito de momentos compartilhados, acabou. Foi um lugar tão bacana. Mal posso esperar pelo próximo capítulo.
