Terminator 2D: análise de NO FATE para Switch
Lembra da época em que a gente era criança e via jogos de filmes licenciados para NES, Super Nintendo ou Mega Drive? A nossa imaginação ia a mil com todas as possibilidades de jogabilidade que aqueles jogos poderiam ter. Mas, se você for como a maioria, deve se lembrar também que, na prática, esses jogos frequentemente eram uma decepção: mal feitos e que pouco tinham a ver com os filmes que tentavam representar. Agora, imagine um cenário em que dois desenvolvedores britânicos, Mike Tucker e Matthew Cope, se uniram em 2016 sob o nome de Bitmap Bureau, com a missão de criar o jogo de filme dos sonhos da década de 90. Esse sonho se materializa em “Terminator 2D: NO FATE”, um jogo que promete resgatar a memória dos jogos licenciados que foram perdidos no passado.
O jogo traz uma experiência que vai muito além do que se espera de uma adaptação. A proposta dos desenvolvedores é fazer o que os jogos da época não conseguiram: criar uma aventura 2D que capture a essência do filme “O Exterminador do Futuro 2”. O design é como se tivesse sido feito nos anos 90, funcionando como um verdadeiro companheiro para o lançamento do filme em 1991. Você começa com dois modos de jogo e várias opções de bônus, incluindo um Boss Rush e um Modo Infinito, que trazem um toque a mais de diversão.
No Modo História, você se depara com várias cutscenes que recontam os momentos do filme, acompanhadas de textos que ajudam a entender a narrativa. O jogo se estende além dos eventos do filme, começando com Sarah Connor resgatando John de um cartel mexicano e culminando numa invasão à Cyberdyne Research. Isso faz uma conexão interessante com o que John diz no início do filme, sobre sua mãe ter sido presa tentando recuperar algo importante.
Após esses momentos iniciais, você é transportado para a guerra do futuro, jogando como o John Connor adulto, enfrentando máquinas em batalhas épicas. O final é uma grande celebração, além do famoso “thumbs-up” do Arnold Schwarzenegger. O que é legal é que, como os desenvolvedores não estão presos ao roteiro do filme, esses estágios originais são super criativos e cheios de ação, com chefes de dar medo.
No Modo História, você começa com apenas uma vida e quatro continuações, mas pode aumentar suas chances encontrando ícones especiais pelo caminho. O jogo é bem generoso em termos de saúde, então não é tão difícil quanto outros títulos da Bitmap Bureau, como o desafiador “Xeno Crisis”. Jogadores mais experientes podem terminar em algumas tentativas, mas aumentar a dificuldade torna tudo mais interessante, adicionando inimigos e mudando algumas dinâmicas.
Ao finalizar o Modo História, novas rotas e estágios se abrem, permitindo escolhas que aumentam a rejogabilidade. Você pode decidir se elimina Miles Dyson na frente da família dele ou se instala o chip do Arnie para pegar aquela Minigun poderosa. Essas novas possibilidades são sensacionais e aumentam o número de estágios para pelo menos 16.
O Modo Arcade também é uma opção divertida, embora um pouco mais desafiador, já que você precisa completar tudo em uma vida só. É mais curto, focando apenas nas partes relacionadas ao filme, e se você estiver com dificuldades, um Modo Prática está à disposição para facilitar a vida.
A trilha sonora é outro ponto alto, misturando os clássicos temas de “O Exterminador” com novas versões que vão fazer você se sentir dentro do filme. Graficamente, o jogo impressiona, recriando com detalhes as cenas e características que os fãs adoram. Cada explosão, cada movimento é capturado de forma incrível, e os detalhes, como o pneu queimando ou o T-1000 se despedaçando, são simplesmente sensacionais.
Por outro lado, alguns aspectos dos gráficos poderiam ser melhores. Embora a maioria dos inimigos tenha animações fluidas, os cães de guarda parecem um pouco estranhos e a Sarah Connor não é tão ágil quanto gostaríamos. No entanto, isso não tira o brilho do jogo, que é divertido e possui controles bem ajustados.
O gameplay é intenso, sem enrolação. Em vez de ficar coletando cartões de acesso coloridos, você se vê correndo e atirando, com uma jogabilidade que lembra “Contra”, cheia de ação e personagens que têm habilidades diferentes conforme a situação. Desde Sarah fugindo da prisão até o Arnie enfrentando motociclistas, cada fase traz algo novo e divertido.
No geral, “Terminator 2D” se destaca por sua fidelidade ao filme, mas isso também limita um pouco a experiência, já que a linearidade pode deixar alguns jogadores desejando mais profundidade. Cada estágio é uma pequena cena do filme, rápida e cheia de ação, o que pode ser uma delícia para os fãs, mas talvez não seja o suficiente para quem busca algo mais robusto.
No fim das contas, a magia do jogo está em como ele revive os momentos icônicos do filme. Para quem é fã ou cresceu jogando títulos de 16 bits, “Terminator 2D” é uma ótima homenagem, cheia de nostalgia e detalhes que vão agradar em cheio.
